Quem explica é a psicóloga, Sabrina Rugeri. A profissional destaca a crescente preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho, diferenciando dois fenômenos, frequentemente confundidos: a síndrome de Burnout e o comportamento workaholic. A psicóloga esclarece que, embora ambos estejam diretamente relacionados ao trabalho, suas causas e impactos são distintos.
No Brasil, a Síndrome de Esgotamento Profissional ou, simplesmente, Burnout é caracterizada por um intenso estresse, ansiedade e exaustão física e mental provocados pelas condições de trabalho. Segundo Sabrina, isso pode se manifestar como cansaço extremo, dificuldades de concentração, dores corporais e problemas gastrointestinais. “Quando estamos no lazer, esses sintomas não aparecem, mas no trabalho, eles se intensificam”, explica. Neste sentido, a falta de apoio no ambiente profissional, metas inatingíveis e a pressão constante são fatores de risco para o Burnout, que afeta não apenas o corpo, mas também a saúde mental, podendo resultar em quadros mais graves, como a síndrome do pânico.
Já o workaholic, ou viciado em trabalho, é uma pessoa que se dedica ao trabalho de maneira excessiva, muitas vezes, sacrificando outros aspectos da vida, como lazer, família e amigos. Sabrina explica que o comportamento compulsivo de um workaholic pode, com o tempo, levar a síndrome de Burnout, mas é importante destacar que nem todos que sofrem desta patologia são, necessariamente, workaholics. Conforme a psicóloga, enquanto que trabalho compulsivo é uma escolha, o Burnout muitas vezes, surge de um ambiente de trabalho tóxico, onde o indivíduo não tem poder para mudar sua realidade.
Sabrina alerta que o aumento dos afastamentos por doenças mentais tem sido visível nos últimos anos, evidenciando a necessidade urgente de se criar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “O cansaço mental e físico gerado pelo trabalho não deve ser ignorado. É importante estabelecer limites e buscar apoio quando necessário”, conclui.
Programa UCS
Neste sentido, a psicóloga explica que o programa de mestrado da UCS oferece duas linhas de pesquisa, sendo uma delas focada na saúde mental do trabalhador, abordando tanto os riscos psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho quanto os fatores protetivos que podem ser implementados pelas organizações. A pesquisa busca analisar como as empresas podem adotar práticas que favoreçam o bem-estar, como salas de descompressão e ambientes mais harmoniosos, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida do trabalhador. O objetivo do programa é compreender o trabalhador de forma integral, considerando tanto os desafios enfrentados no contexto profissional quanto as estratégias para promover a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.