Na opinião do religioso, esse auxílio é fundamental para garantir a retomada integral das vidas arrasadas pelas águas, em solo gaúcho. O bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, ainda fez uma analogia com as imigrações italiana e alemã, no Rio Grande do Sul, a fim de reforçar um traço comum entre esses imigrantes, a resiliência. Na opinião do bispo, característica fundamental para vencer esse momento de crise que vive o Estado. Neste contexto, segundo Dom José, a fé desponta como uma importante ferramenta de auxílio e, principalmente, de esperança para os desabrigados. Situação que deve se fazer presente também na 145ª Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio, que acontecerá neste fim de semana.
Com o tema “Fonte de Misericórdia, Rogai por Nós“, a homilia deverá reforçar, junto aos fiéis, o espírito solidário que tomou conta do Estado e, também, de todo o Brasil, no último mês. Chamando atenção sobre a necessidade de não esquecer que essas famílias do Rio Grande do Sul continuarão precisando de apoio, mesmo no período pós-tragédia, seja na reconstrução de lares perdidos ou no conforto quanto a entes queridos que se foram e de empregos comprometidos. Isso, sem contar os efeitos nocivos a saúde psíquica dessas pessoas.
Neste sentido, o bispo pede a união dos diferentes atores sociais, inclusive, governantes e a própria igreja, em prol das vítimas das enchentes. Segundo o bispo, esse apoio tem sido dado, desde o começo, por todas as paróquias do Estado, mobilizadas em arrecadar fundos para essas pessoas, assim como, em outras dioceses do Brasil. Portanto, o bispo acredita que a romaria de Caravaggio, deste ano, será ainda mais especial, pois deverá inspirar essas pessoas, com a ajuda da fé, a seguir em frente. Mas, especialmente, a estender a mão para quem mais precisa, num verdadeiro exercício de amor cristão.
Até porque, conforme Dom José, se a reconstrução do Estado deve demorar, quanto mais a vida das pessoas. Contudo, ele também acredita que é preciso continuar celebrando a vida, as relações humanas e, principalmente, a família, nosso bem mais precioso e imutável. Até porque, muitos perderam vínculos importantes nesta tragédia climática, se não o sentimento de pertencimento, o que deixa cicatrizes emocionais difíceis de sarar. Portanto, esse cuidado mútuo é fundamental para restabelecer identidades perdidas e, também, uma excelente oportunidade para exercitar o amor ao próximo, ensinado por Jesus Cristo. É preciso olhar para essa tragédia com os olhos da fé, e isso significa colocar o egoísmo de lado, para dar lugar a solidariedade, que será marca registrada dessa 145ª Romaria de Caravaggio.