Após quase uma semana do episódio ocorrido na Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Zorzi, em Caxias do Sul, que comoveu não apenas a comunidade local, mas todo o país, a professora vítima de violência escolar segue em recuperação em casa. Nesta segunda-feira (7), ela prestou depoimento à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul. Em meio à dor, o amor e o carinho dos demais alunos se tornaram a força que a docente encontra para superar e recomeçar.
Durante o fim de semana, a professora recebeu em casa uma cesta de guloseimas e cartas escritas à mão por alunos e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Ilda Clara Sebben Barazzetti, localizada no bairro Santa Fé, em Caxias do Sul, onde leciona oficialmente.
Em contato com a Rádio Caxias, o advogado da professora, Reginaldo Leonel Ferreira, destacou o momento do depoimento da educadora e demonstrou confiança na elucidação dos fatos por parte dos órgãos responsáveis pela investigação. Ele também agradeceu, em nome da docente, as demonstrações de carinho e apoio recebidas.
Conforme relatado anteriormente à Rádio Caxias pelo marido dela, a família está recebendo apoio da Secretaria Municipal da Educação (Smed), tanto psicológico quanto para o registro da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Enquanto a professora se recupera, os dois adolescentes, de 14 e 15 anos, considerados suspeitos pelo ataque, seguem internados no Centro de Atendimento Socioeducativo Regional (Case) de Novo Hamburgo. A transferência ocorreu porque o Case de Caxias do Sul está passando por reforma no valor de R$R$ 359.105 mil, em dois banheiros e teve a capacidade reduzida pela metade, comportando atualmente apenas 20 jovens. Após a conclusão das obras, prevista para o início de maio, o espaço deve voltar a abrigar até 40 adolescentes.
Já a adolescente de 13 anos, suspeita de ter colaborado com o ato, foi apreendida na última sexta-feira (4) por um oficial de Justiça com apoio da Guarda Municipal e da Polícia Civil. Devido à ausência de uma unidade específica para meninas em Caxias, ela foi transferida para o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Casef), em Porto Alegre.
A audiência de apresentação, na qual o juiz deve questionar sobre as circunstâncias da vida dos menores, deve ocorrer ainda nesta semana. Após essa primeira etapa, haverá uma segunda audiência, a oitiva, com a presença do Ministério Público, defensor público e advogado constituído. Nessa ocasião, serão ouvidas a vítima, as testemunhas e, ao final, os menores serão interrogados, podendo apresentar as versões ou optar pelo silêncio.





