Os vídeos com as declarações do caxiense, que se diz neonazista e defende a legalização do estupro e de outros crimes de violência na internet, - que estão gerando repúdio de usuários das redes sociais em todo o país - já fazem parte de um inquérito que está em andamento na Polícia Federal, iniciado nesta terça-feira (02).
Segundo o delegado Noercy Melo, a investigação vai agregar as inúmeras denúncias efetuadas por usuários de redes sociais, após a repercussão do episódio na internet. Conforme Noercy, entre as diversas evidências de incitação ao crime, está a injúria racial.
Em um dos vídeos divulgados na internet, Gustavo Guerra afirma que as campanhas efetuadas por movimentos sociais para combater o estupro são uma farsa. Para ele, as feministas não estariam preocupadas com o ato, pois, de acordo com o jovem, a defesa do aborto, efetuada por muitas delas, é pior do que um crime.
Guerra diz ainda que é a favor de abusar sexualmente de feministas e lésbicas, e as ofende de diversas formas. Ele afirma, com palavrões, que a culpa pelo estupro é da mulher, que usa roupas provocantes.
O jovem ainda ressalta que as pessoas contrárias às afirmações dele podem processá-lo se quiserem, e afirma que está ciente que está praticando apologia ao crime.
Guerra foi ouvido pela reportagem da Rádio Caxias ainda na terça-feira (01) e disse que não tem medo de ser responsabilizado criminalmente pelos atos praticados.
A denúncia das ações de Gustavo Guerra na internet partiu inicialmente da organização Rosa Marina Meyer, entidade que fiscaliza atitudes preconceituosas na internet.
A Lei do Crime Racial pune com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa atitudes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou nacionalidade. Já o artigo 286 do Código Penal prevê a detenção de três a seis meses de pena para a prática de incitação ao crime.
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