A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul exige comprometimento da sociedade e harmonia entre os poderes nacionais. Em manifesto publicado pela entidade está exposta cobrança para que Executivo, Legislativo e Judiciário atuem dentro dos próprios limites e conforme o interesse coletivo. A representação empresarial defende avanço nas reformas trbutária, política, econômica e administrativa. Além disso, o texto também pede pelo respeito ao teto de gastos e a moderação nos orçamentos públicos, bem como a autonomia ao Banco Central. Também se demanda o avanço em privatizações, o fim de foros privilegiados e aprovação da prisão em segunda instância. A carta aponta a necessidade da continuidade de investigações como forma de reprimir a corrupção nos setores público e privado.
A CIC Caxias ainda pontua que o enfrentamento da pandemia requer coordenação entre as administrações municipais, estaduais e o Governo Federal. Assim, há pedido para que sejam deixados de lado disputas políticas e rivalidades regionais e por união, com rejeição de embates ideológicos. A manifestação acrescenta que desvios nos recursos voltados para a saúde sejam severamente punidos.
Todos os sindicatos patronais filiados à entidade assinaram a publicação, que é tida como um apelo aos poderes por uma mudança de postura. A representatividade se mostra preocupada com o que considera excessos das diferentes esferas da gerência do Brasil. O presidente da CIC, Ivanir Gasparin, afirma que o quadro é de instabilidade e que o mesmo já afeta o setor produtivo brasileiro. Acrescenta que a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços pede apoio às confederações empresariais para o controle da tensão entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Gasparin defende que a imprensa cumpra um papel de acalmar os ânimos neste momento.
No manifesto da CIC, a imprensa também é citada. O texto pede para que os meios informem honestmente, com crítcas constrututivas e visando interesses coletivos. A entidade ainda alerta para o impacto das notícias falsas e do mau uso de redes sociais. A carta foi enviada para representantes políticos, bem como às confederações patronais do Brasil.
O manifesto pode ser conferido abaixo:
“A pandemia de Covid-19 agravou os problemas que ameaçam abalar os fundamentos da Nação, exigindo o posicionamento claro e comprometido de todos os segmentos da sociedade brasileira.
A governabilidade exige que os poderes constituídos atuem em harmonia, respeitando-se mutuamente e mantendo-se, cada um, nos limites das competências constitucionais.
É preciso pôr fim a arroubos do Executivo; o Judiciário precisa abster-se de interpretações elastecidas dos mandamentos da Constituição e de invasões nas competências dos demais poderes; o Legislativo tem que priorizar os interesses coletivos, eliminar os privilégios corporativos e empenhar-se na aprovação das reformas tributária, política, econômica e administrativa.
Urge que se mantenha respeito ao teto de gastos públicos, que os poderes moderem seus orçamentos, que se dê autonomia ao Banco Central; que se avance em privatizações e concessões de serviços públicos; que se acabe com foros privilegiados; que se aprove a prisão em segunda instância; que se mantenha a ação investigativa e repressora, nos moldes da Operação Lava-Jato, de forma a acabar com a impunidade que vem estimulando a corrupção pública e privada.
O enfrentamento do flagelo da pandemia exige a ação conjugada e sinérgica dos governos federal, estadual e municipal para a vacinação da população, deixando-se de lado as disputas políticas e as rivalidades regionais para que prevaleça o espírito público. Os desvios criminosos dos recursos públicos alocados à saúde precisam ser coibidos e os responsáveis, severamente punidos.
A extrema gravidade da situação está a exigir a união de todos os brasileiros, com rejeição às disputas ideológicas que acirram os ânimos e semeiam o ódio nas relações pessoais, agora incrementadas pelo uso desvirtuado das redes sociais.
Por fim, os meios de comunicação social precisam informar honestamente, abolindo as famigeradas fake news e exercendo sua legítima função crítica de forma construtiva e isenta de interesses outros que não os de natureza coletiva.
Estamos prontos e à disposição para contribuir com ideias e ações para transformar o Brasil no país competitivo e bom para se viver que todos queremos.”