A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 20% e 30% das mulheres grávidas experienciem sangramentos ou cólicas, com cerca de 50% desses casos resultando em perda gestacional. Para apoiar famílias que passam por essa dor, o mês de março foi escolhido para a conscientização sobre a gravidez após a perda gestacional.
De acordo com a ginecologista, Erica Rosa Salet, dois aspectos são essenciais nesse tema: o emocional e a investigação das causas da perda. Ela destaca a importância do acolhimento emocional para as mães e da análise cuidadosa dos fatores que levaram à perda gestacional, já que a maioria dos casos tem causas identificáveis. A pré-eclâmpsia, doenças como obesidade e alterações hormonais são alguns dos fatores de risco para às gestantes.
Além disso, o impacto emocional da perda exige cuidado e recuperação, com um intervalo de três a seis meses antes de tentar uma nova gestação. Quem passou por essa situação foi a professora, Shirlei Barth Schaeffer. Ela conta que, após passar por uma perda gestacional, pode contar com o apoio da família e acompanhamento médico foi fundamental para que ela pudesse enfrentar o luto e que, após tratamento para anemia severa, conseguiu engravidar novamente. Apesar do medo constante, deu à luz Sophie, em 2015 e, posteriormente, a Clarice, em 2019, após enfrentar uma gravidez de risco e que culminou com a perda gestacional em 2013.
Shirlei também destaca a importância do suporte emocional, do pré-natal adequado e do diálogo com profissionais de saúde, além do papel fundamental do apoio psicológico para auxiliar mulheres que passam por essa dolorosa experiência.
A ginecologista explica que a depressão pós-parto também deve ser monitorada de perto. Por fim, a médica alerta sobre a violência obstétrica e a importância de um vínculo respeitoso entre paciente e profissional de saúde. Março serve como um momento de reflexão sobre o suporte necessário durante e após a perda gestacional.