O secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, confirmou em entrevista à Rádio Caxias que o edital de concessão do Bloco 2 deve ser lançado até junho. O projeto prevê a cobrança de pedágio por quilômetro rodado, no valor de R$ 0,23 e por meio do sistema free flow — sem praças físicas, com tarifação via pórticos eletrônicos.
Na quarta-feira (9), o governador Eduardo Leite reuniu parlamentares da base aliada para apresentar os detalhes técnicos da proposta, que abrange 415 quilômetros de rodovias em 32 municípios gaúchos, incluindo cidades da Serra.
Nesta sexta-feira (11), o governo promoveu um novo encontro com prefeitos e lideranças regionais para seguir ouvindo sugestões. Segundo Lemos, as contribuições recebidas na consulta pública seguem em análise e uma nova versão do projeto deve ser apresentada à sociedade até o fim de abril ou início de maio. Em seguida, o material será enviado ao Tribunal de Contas do Estado para avaliação técnica. Portanto, a previsão do governo é lançar o edital ainda no primeiro semestre e realizar a disputa dentro de 2025.
Questionado sobre o valor do pedágio, Lemos destacou que o governo trabalha para reduzi-lo. A proposta atual prevê R$ 6,7 bilhões em investimentos, sendo R$ 5 bilhões nos primeiros dez anos. Segundo ele, o modelo de concessão é necessário diante da limitação de recursos públicos — o Rio Grande do Sul tem a menor alíquota de ICMS do país, o que compromete a capacidade de investimento direto do Estado.
Além do custo do pedágio, o secretário chamou atenção para os gastos ocultos causados por rodovias em más condições e que por vezes não são lembradas pelos usuários das rodovias. Citando dados da Confederação Nacional do Transporte, Lemos apontou que o custo logístico em pavimentos regulares chega a 41%, e em ruins, a 62%. O secretário-chefe da Casa Civil também defendeu o modelo free flow como mais justo, por permitir que o usuário pague apenas pelo trecho percorrido. O governo ainda promete transparência em todas as etapas e diz buscar o maior consenso possível antes do lançamento definitivo do edital.
Investimentos previstos
Com a mudança, o governo prevê R$ 6,7 bilhões em investimentos, sendo R$ 4,5 bilhões nos primeiros 10 anos. Entre as ações previstas estão:
Duplicação de 244 km de rodovias
Implantação de 103 km de terceiras faixas
Obras de drenagem e elevação de pontes
Monitoramento por câmeras e atendimento aos usuários
O Fundo de Reconstrução do RS (Funrigs) será utilizado para injetar R$ 1,3 bilhão no projeto, valor que será repassado à empresa vencedora do leilão conforme o andamento das obras.
Rodovias contempladas
O bloco 2 da concessão contempla trechos estratégicos que conectam diferentes regiões do Estado:
RS-135 (Erechim–Passo Fundo)
RS-324 (Passo Fundo–Casca)
RS-470 (Casca–Nova Prata)
RS-129 e RS-130 (Casca–Lajeado)
RS-453 (Lajeado–Venâncio Aires e Estrela–Garibaldi)
RS-126 (Fazenda Vilanova–Teutônia)