Como diz uma das canções do Legião do Urbana: “É tão estranho, os bons morrem jovens. Assim parece ser, quando me lembro de você, que acabou indo embora, cedo demais (…)”
No Dia de Finados, um dos mais significativos do calendário cristão, a comunidade se reúne para refletir sobre a vida, a morte e a esperança. As celebrações, alusivas a esta data, começaram na sexta-feira (1); e seguem neste sábado (02), em diferentes locais da cidade. No parque do crematório São José, na localidade de São Virgílio, uma missa, celebrada pelo Frei Jaime Bettega, está programada para às 10h. Este evento, promovido pelo Grupo L.Formolo, já é uma tradição que atrai mais de mil pessoas todos os anos, e será transmitido pela Rádio Caxias.
Frei Jaime compartilhou suas considerações sobre o significado dessa data, que evoca uma série de sentimentos profundos, especialmente a saudade. “Este dia é uma oportunidade de revisitar nossas lembranças e a história que construímos. A saudade é talvez o sentimento mais forte, mas é importante lembrar que a morte, para a cultura cristã, não é um fim, mas um novo começo. Caminhamos rumo ao infinito”, afirmou o frei, ressaltando que a perspectiva cristã oferece uma luz de esperança diante da dor da perda.
Além da missa, as homenagens no crematório seguirão durante a tarde, com uma benção especial aos pets marcada para às 14h. O domingo (03) também contará com mais uma missa às 10h, dando continuidade às celebrações em memória daqueles que partiram.
No cemitério Santos Anjos, localizado no bairro São Victor Cohab, missas também estão programadas para este sábado, às 9h30 e às 16h, com os padres Jaime e Jairo Gusberti, ampliando as oportunidades de reflexão e homenagem para os fiéis.
Frei Jaime enfatiza que o Dia de Finados nos convida a uma introspecção: “Precisamos olhar para dentro de nós mesmos, refletindo sobre nossas caminhadas, sobre o que já vivemos e o que ainda está por vir. O amor que sentimos por aqueles que partiram nos torna devedores. Sempre achamos que poderíamos ter feito mais.”
Segundo o frei, a presença e a escuta são essenciais neste período de luto. Até por isso, o religioso conta que a Paróquia Imaculada Conceição tem se dedicado a apoiar as famílias que enfrentam a dor da perda. “Após a cerimônia de sepultamento, nossa equipe contata as famílias para oferecer apoio. Trabalhamos em parceria com a USP, que oferece grupos de apoio para aqueles que estão de luto. A escuta é o primeiro passo”, explicou Frei Jaime.
Em sua abordagem, o frei alerta para a importância de não usar clichês ao lidar com o luto. “Não podemos simplesmente dizer que era a vontade de Deus. Quem está passando por essa dor precisa de presença e compreensão”, comentou. Ele ainda destaca que o luto é um processo que deve ser vivido com paciência, respeitando o tempo de cada um.
A reflexão sobre o Dia de Todos os Santos, que precede o Dia de Finados, também foi abordada. Frei Jaime lembrou que, além dos santos reconhecidos pela Igreja, muitas pessoas que deixaram um legado de bondade e amor permanecem vivas no coração de suas famílias. “Devemos lembrar dos santos anônimos, como nossos avós e aqueles que tocaram nossas vidas de maneira especial”, disse ele.
Por fim, Frei Jaime destaca a esperança cristã: “A fé nos ensina que, um dia, nos reuniremos novamente. O luto é uma mudança radical e, por mais que intelectualmente entendamos a partida, a aceitação emocional pode ser desafiadora.”
Neste Dia de Finados, a comunidade é convidada a reviver memórias, cultivar a esperança e a buscar um sentido renovado para a vida. As palavras de Frei Jaime ecoam em cada coração, lembrando-nos de que, apesar da dor, o amor é eterno e sempre nos conecta àqueles que amamos.