O governo federal anulou o leilão de compra internacional de arroz, após denúncias de irregularidades. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, pediu demissão, em decorrência desse cancelamento. A decisão foi tomada devido a suspeitas de que as empresas vencedoras não tinham capacidade técnica e financeira para realizar a importação. Agora, está prevista a realização de um novo leilão, com seleção mais criteriosa de empresas.
Em entrevista, o diretor executivo e diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, questionou se essa importação, de fato, seria necessária. Segundo ele, o Rio Grande do Sul é o responsável por 70% da produção nacional de arroz e já colheu 80% da safra, antes das enchentes, o que descartava risco de desabastecimento. O entrevistado assegurou que o aumento de preço não se deve à escassez, mas sim à desinformação e busca desenfreada pelo produto. Conforme ele, o valor gasto na importação (R$ 7 bilhões) poderia ser direcionado à recuperação do Estado, beneficiando os pequenos produtores, o mais prejudicados.
Também na visão do diretor executivo e diretor jurídico da entidade, o estoque estaria ajustado, a fim de atender a demanda nacional, inclusive, nas maiores redes consumidoras do país, localizadas na região sudeste do Brasil. Belloli acrescentou ainda que, momentaneamente, esse escoamento de produção tenha sido prejudicado no Estado, diante da inundação que provocou interdição de vias importantes localizadas na Serra Gaúcha, na região Sul e Metropolitana do Estado.