Em entrevista a Rádio Caxias, a pró-reitora de graduação da Universidade de Caxias do Sul, professora Terciane Ângela Luchese, disse que o mercado de trabalho para professores no Rio Grande do Sul é promissor, principalmente, diante do verdadeiro apagão de professores, vivenciado no Estado, nos últimos anos. Ou seja, é uma excelente oportunidade profissional para àqueles que possuem as devidas competências e se prepararam para isso. Até porque, conforme a docente, a área de licenciatura exige a devida formação do profissional, como qualquer outra área; assim como, uma constante ciclagem de conhecimentos, principalmente, diante do advento tecnológico, que trouxe consigo inúmeras peculiaridades no campo do ensino. No entanto, na opinião dela, nada substitui o papel do professor.
Questionada quanto a remuneração salarial, Terciane pondera que esse não é o principal desafio que os professores enfrentam, ele teria mais a ver com o cotidiano em sala de aula; onde todos problemas, inclusive, o de ordem social, ficam mais escancarados, exigindo do professor muito jogo de cintura. Até porque, a profissão é basilar para todas as outras, delegando ao professor a tarefa não apenas de ensinar, mas também de desenvolver nos alunos preceitos morais e éticos básicos, fundamentais para o pleno exercício da cidadania e da democracia, assim como para a vida em sociedade.
Por todas essas razões é que a pró-reitora de graduação da UCS pondera que a profissão de professor não deve ser vista, somente, como vocação. Pois ela exige, antes de tudo, muita qualificação profissional, compromisso com o ensino e a capacidade de vivenciar a docência em todas as suas múltiplas facetas, ou seja, entendo que educar tem um sentido amplo e transformador na vida de quem aprende, mas também de quem ensina. Na opinião dela, só a partir dessa mudança de perspectiva é que o reconhecimento profissional será possível, tanto é que países desenvolvidos já obedecem a essa lógica de ensino, investindo não apenas na formação de professores, mas também na permanência deles em sala de aula, com salários compatíveis com a área de formação e a sua importância para a sociedade.
Neste sentido, Terciane é categórica ao afirmar que nada substituiu a presença do professor em sala de aula. Ele exemplifica citando o caso da Suécia, o país retomou a impressão de livros e a utilização de materiais pedagógicos físicos, por entender que certas competências, principalmente, àquelas ligadas a linguagem e ao raciocínio lógico, perpassam esse contato, não apenas com os livros, mas também com a mediação efetiva do professor. Outra questão muito importante, conforme a professora, seria a democratização do ensino, inclusive, para quem não pode concluir os estudos no tempo certo.