Até novembro do ano passado, a indústria gaúcha apresentava uma retração de 2,01%, conforme pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Contudo, estudo recente trouxe dados mais otimistas, apontando que o índice de confiança do empresário individual cresceu no Estado, neste início de 2024. Passou de 48,1%, em dezembro, para 51%, em janeiro, o que representa um aumento real de 2,9%. Este é um condicionante muito importante para o desenvolvimento da indústria, conforme explica o vice-presidente de Indústria da CIC Caxias, Ruben Bisi.
Segundo o dirigente, a atenção se volta para a próxima reunião do Copom, prevista para acontecer nesta quarta-feira (31), onde será definido o novo índice de a Taxa Selic. Bisi diz que há uma expectativa de que haja uma queda significativa no indicador, que deve ficar em torno de 11,25% ao ano. Com relação às linhas de crédito anunciadas pelo Governo Federal, o vice-presidente da CIC considera o tema como polêmico. Até porque, a medida depende da arrecadação nacional, ou seja, antes é preciso equilibrar às contas públicas.
Na opinião de Ruben Bisi, outro fator a ser considerado nessa projeção de crescimento para 2024 é a questão tributária do país. Em especial, a desoneração da folha de pagamento, pois ela está ligada diretamente ao custo de produção e o Congresso Nacional decidiu pela sua continuidade até 2027. Além disso, a perda de benefícios fiscais de algumas categorias no Estado, a partir de abril, em razão de ter sido vetado o aumento do ICMS, também preocupada. Dado o viés político que a questão tomou e o fato disso tirar a competitividade do Rio Grande do Sul frente a outros estados.
Ainda segundo o empresário, a inflação considerada sob controle e a redução da Selic devem possibilitar a redução no custo de financiamento, o que é excelente para o Estado e, principalmente, para Caxias do Sul, que produz muitos bens de capital. Entretanto, o que ainda preocupa a entidade é o déficit público, que fechou o ano passado em R$ 230 bilhões, bem como, a promessa do Governo de buscar um déficit zero este ano. Na opinião de ruben Bisi, algo difícil de alcançar, principalmente, porque seria necessário aumentar às receitas do Governo em R$ 170 bilhões. Diante disso, o dirigente defende como alternativa, para atingir essa meta, uma reforma administrativa, o que diminuiria os gastos públicos.
De todo modo, a expectativa da entidade é que o setor tenha um bom desempenho este ano. A indústria automotiva, por exemplo, prevê um crescimento bem acelerado e que deve ficar em torno dos 5%.