Em meio a todo o caos, em meio a todas as cenas que vimos nas últimas semanas, nós precisamos ser fortes, nós precisamos ter esperança e resiliência. Em meio ao medo, insegurança e dúvidas, precisamos enxergar uma luz no fim do túnel. Quando tudo parece estar errado, buscamos inspiração e determinação para fazer diferente, para fazer melhor. E existe um ser neste mundo que é isso, a simplificação de todos esses adjetivos: mãe.
Sair de casa nunca é fácil. E o Rio Grande do Sul tem percebido isso dia após dia. A nossa casa é o nosso porto seguro e deixar ela é assustador. Mas quem fica também sente, também tem dificuldades. E é exatamente nesses momentos que a casa vira lar. Um lar é formado por amor, afeto, consideração, respeito e segurança.
Quando a configuração dentro do nosso ambiente de conforto muda, é hora de readequar. Quando o filho cria asas, a maioria das mães sofre, afinal agora a autonomia é maior, a distância física deve aumentar e o coração fica mais vazio e sensível. Elas sabem que a transição é necessária, afinal, um filho é criado para o mundo. Diante de tantas mudanças, é hora de explorar e se reconectar.
Cada uma busca uma forma de reencontro com si e com uma rede de apoio. Uma dessas formas é tradicional e que tem até hoje muitas adeptas. Os clubes de mães são um espaço acolhedor e estimulante, onde toda a compaixão que essas mulheres desenvolveram ao longo da vida segue sendo compartilhada.
A atual Mãe Destaque do Clube de Mães Santa Rita de Cássia, no bairro Desvio Rizzo, Neire Terezinha Corrêa está há cerca de dois anos no grupo. Após tempos exaustivos de pandemia, um novo grupo de amigas para jogar conversa fora foi a melhor escolha. Mãe de três e avó de seis, aos 86 anos Dona Neire mora sozinha e conta com o forte apoio da família em frequentar o Clube.
Após se aposentar, Justina Menegon foi incentivada pela própria mãe a entrar no Clube de Mães. Desde então, já se passaram 10 anos que o grupo faz parte da vida. “Acho que foi uma das melhores coisas que eu já fiz”, é assim que Justina define a trajetória dentro do Clube. Ela conta sobre as diversas atividades que desenvolve no grupo e que ao longo do tempo, com o apoio das amigas, foi aprendendo novas ocupações.
Mari Baccarin é a presidente do Clube, convidada por uma prima, criou gosto pelo espaço e o carinho recíproco entre as mães e amigas. Ela explica que cada uma das integrantes faz o que gosta e pode escolher a atividade que se sente melhor. Ajudar a sociedade é um princípio, mas não uma obrigação imposta pelo Clube, ajudar é da essência de cada uma delas, é estar à disposição do outro para, simplesmente fazer melhor. Logo, as terças-feiras se tornam momentos de apoio, risadas e desabafo. O local possibilita que todas continuem sendo mães, mas também um pouco filhas.
Nós, filhos, tentamos mensurar o amor e a dor das nossas guerreiras e incansáveis super mães, mas cheguei a conclusão de que é impossível. O forte e quase inexplicável vínculo entre o criador e a criatura é sim explicado pela genética, mas também pelo aceite da gestação. A psicóloga Ângela Brum aponta que essa construção acontece tanto física, quanto psicologicamente, afinal a fala e o carinho com a criança ainda na barriga já atua nesse conforto.
Ângela brinca que um filho não tem manual de instruções, então é como se toda mãe precisasse descobrir como ele funciona para então aprender e escrever esse manual. E é durante esse processo que o laço é fortalecido.
“A vida não vem com manual de instruções, mas ela vem com mãe, o que é muito melhor”. Foi assim que a Ângela finalizou a nossa conversa e devo dizer que concordo totalmente com ela. Nossas mães são alicerces diante de todos os tombos e perrengues que enfrentamos ao longo da vida. Além de serem fiéis escudeiras, elas estão ali na torcida organizada, na primeira fila da platéia, com o ouvido grudado no rádio e quando chegamos estão de braços abertos para o melhor abraço do mundo.
A gente tem personalidade. Do lado de cá somos as vozes que comunicam. Somos portadores de notícias, sejam elas boas ou ruins. Somos o bom dia e o boa noite. O grito de gol e o protesto da torcida. Mas como todos, do outro lado do rádio temos o amor inabalável da nossa fonte de amor. É assim que os comunicadores da Rádio Caxias definem as mães.
É mães, nós amamos e admiramos muito vocês. Talvez a gente não fale o suficiente, mas devemos muito a cada uma que se dispuseram a nos fazer sentir amados e assumiram o compromisso de nos fazerem seres humanos exemplares. Foram vocês que tantas vezes nos falaram…
É mãe, eu vou me cuidar. Eu também te amo. Te amo muito. Feliz Dia das Mães!