A forma que a Secretaria Municipal de Saúde conduz a transição do atendimento, que funciona sob regime de locação da estrutura do Hospital Pompéia, é contestada por vários segmentos da comunidade. No terceiro dia do serviço terceirizado, a questão ganhou um novo desdobramento. Nesta quarta-feira (03), uma comitiva formada por integrantes dos Conselhos Municipal de Saúde (CMS), e Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS); e do Sindicato dos Servidores Púbicos (Sindiserv) realizaram uma fiscalização, a fim de conferir o cumprimento da escala médica proposta pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas). Recentemente, o Executivo havia noticiado que a situação estaria resolvida, mas o que a equipe constatou no local indica o contrário: falta de médicos e de transparência por parte do poder público, que não forneceu a escala completa, conforme prometido.
De acordo com a presidente do Sindiserv, Silvana Piroli, a terceirização da maternidade demonstra a má gestão da saúde pública em Caxias. Isso porque faz dois anos que o Hospital Pompéia pontuou que não tinha mais interesse em manter o serviço e o Município teria deixado para resolver o problema na última hora. Além disso, ainda por meio de um contrato emergencial. Segundo Silvana uma forma amadora de conduzir um setor considerado vital. A sindicalista acredita que houve falta de planejamento.
Por sua vez, a diretora de Saúde do Sindiserv e representante da entidade no Conselho de Saúde, Maria Lourdes Back de Lima, explica que durante a fiscalização foi verificado que a escala médica ainda não estaria completa. Fato que contraria a informação divulgada pelo Executivo e pelo presidente do Conselho, Alexandre Silva.
Conforme a vice-presidente do Conselho de Saúde, Samanta Nascimento, em razão disso, a direção do Hospital Pompéia decidiu intervir e fechou as portas do serviço. Até porque a administração teria questionado a Secretaria de Saúde, sem obter retorno sobre o impasse.
Devido aos fatos que ocorrem desde o início do atendimento, na última segunda-feira (01) e a falta de diálogo com o Executivo, o grupo se dirigiu ao Ministério Público. Eles protocolaram uma denúncia, a fim de que a Promotoria de Justiça investigue o contrato com o Ideas.
Por meio de notas, a Secretaria de Saúde e o Ideas informaram que a escala está completa. Além disso, que se houver alguma dificuldade no serviço, o Executivo vai orientar a população sobre onde procurar atendimento.