Em um avanço notável para a saúde no Rio Grande do Sul, em 2023, o número de transplantes de órgãos superou significativamente os três anos anteriores, quase retornando aos patamares pré-pandêmicos. De acordo com o relatório da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde (SES), divulgado nesta quinta-feira (18), foram realizados 712 procedimentos no estado no último ano, ultrapassando os 595 de 2022, 420 de 2021 e 508 de 2020.
Em termos percentuais, os transplantes do ano passado, excederam em 19,6% os de 2022. Comparados a 2021, houve um acréscimo de 16,9%. Já com relação ao ano de 2020, os procedimentos aumentaram 14% . O número também se aproximou dos 721 de 2019, e dos 739 de 2018. No total, 753 órgãos foram captados de doadores com morte encefálica no ano passado, 515 transplantes de rim, 137 de fígado, 36 de pulmão e 20 de coração, além de outros três de fígado e rim.
O destaque vai para as notificações de morte encefálica, atingindo o maior número desde o início da série histórica em 1996, com 838 casos. Os 285 doadores efetivos ficaram abaixo apenas dos 295 registrados em 2017. Em termos globais, os 1.867 procedimentos, envolvendo órgãos sólidos, tecidos e medula, superam os 1.354 de 2022, representando um aumento significativo de 37,8%. Apesar dos resultados positivos, o relatório revela que ainda existem 2.578 pacientes no estado à espera de um transplante, com a maior fila para transplante de rim, somando 1.228 pessoas.
Em Caxias do Sul, segundo Ana Paula Casagrande, coordenadora da Comissão de Doação de Órgãos do Hospital Pompéia, no ano passado, a instituição registrou um aumento nas doações de órgãos. Foram 33 procedimentos, que levaram o hospital a liderar o ranking estadual. O dado é do Sistema Nacional de Transplantes. Além disso, o Banco de Olhos do Pompéia atingiu a marca histórica de 248 doadores de córneas, superando a marca de 2017.
Para este ano, a meta do Estado é realizar 1.502 transplantes de órgãos e córneas, visando uma doação 36,5% superior a 2023. Estratégias como o início do Plano Estadual de Saúde 2024-2027, a implantação do sistema Gedott, o monitoramento do Assistir e a campanha “O Amor Vive” serão fundamentais para alcançar esses objetivos. A implantação da Política Estadual de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos também será uma prioridade, conforme legislação recentemente promulgada.