Os consumidores que pretendem comprar ovos de Páscoa neste ano já sentem o impacto no bolso, com o aumento no preço do cacau, insumo fundamental na fabricação de chocolates. De acordo com uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os preços dos ovos de Páscoa subiram 9,5% em 2024, em média. Em comparação com 2021, o aumento total é de 43%, refletindo a forte alta observada nos últimos três anos.
No entanto, o impacto não se restringe aos ovos. O chocolate, um dos principais ingredientes, teve um aumento de mais de 27% neste ano, enquanto outros produtos típicos da Páscoa, como os bombons, ficaram 13,5% mais caros.
Conforme o economista, Mosar Leandro Ness, a alta nos preços está diretamente ligada ao aumento no custo de produção do chocolate, causado pela escassez de cacau no mercado global, que tem enfrentado um déficit de oferta nos últimos anos, devido a questões climáticas nos principais países produtores, como a Costa do Marfim e Gana. Os dois países, responsáveis por mais de 50% da produção mundial de cacau, foram severamente impactados pelas condições climáticas do fenômeno La Niña, seguido de El Niño, que afetaram o ciclo de chuvas e prejudicaram a colheita.
O economista destaca que, além do chocolate, outros itens da cesta de Páscoa também apresentaram aumentos, como o peixe. Segundo Mosar, o bacalhau, por exemplo, teve alta de 3,91%; e a merluza ficou 6,81% mais cara. O economista avalia que a variação cambial, no final de 2023, também contribuiu para o aumento geral nos preços. Ele alerta que a Páscoa deste ano chega com uma cesta de produtos mais cara e sugere que os consumidores planejem suas compras com cuidado para evitar surpresas financeiras. Neste sentido, fazer os ovos de Páscoa em casa pode ser uma alternativa mais econômica, conforme Mosar. Além disso, escolher opções de peixes mais baratos, como a tilápia, pode ajudar a reduzir os custos.