Em novo capítulo no caso do bolo envenenado no Litoral Norte, a Polícia Civil descobriu outras evidências que fortalecem a acusação contra Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar uma família em Torres, no final do ano passado. Segundo o delegado Fernando Sodré, a investigação encontrou a assinatura de Deise no comprovante de entrega de uma encomenda de arsênio enviada pelos Correios.
A investigação já havia mostrado que Deise fez pesquisas sobre o veneno na internet antes do crime, o que levou a polícia a solicitar os dados dos Correios.
Com as novas provas e a confirmação da assinatura de Deise na encomenda de arsênio, a investigação segue e a prisão da suspeita permanece prorrogada (por 30 dias), enquanto as autoridades aprofundam a apuração dos detalhes do crime.
O crime e as vítimas
No dia 23 de dezembro do ano passado, seis membros da mesma família passaram mal após ingerirem fatias de um bolo de reis em Torres, no Litoral Norte Gaúcho, sendo que Neuza Denize Silva dos Anjos (65), Maida Berenice Flores da Silva (59) e Tatiana Denize Silva dos Anjos (47) morreram em decorrência do envenenamento.
O bolo foi preparado por Zeli Teresinha Silva dos Anjos (61), que também passou mal, após consumir o bolo. Ela foi internada na UTI do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, onde permaneceu por 19 dias. Um menino de 10 anos, neto de Neuza e filho de Tatiana, também ficou hospitalizado, mas se recuperou. O marido de Maida, Jefferson Luiz Moraes (60), foi liberado após atendimento médico, e o marido de Neuza não ingeriu o bolo e não foi afetado.
Exumação e novas descobertas
Suspeitando do envolvimento de Deise no caso, a polícia pediu a exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, que havia morrido em setembro de 2024. Na época, a causa da morte foi diagnosticada como intoxicação alimentar, mas a exumação confirmou que a causa real foi a ingestão de arsênio, reforçando ainda mais a suspeita de que Deise tenha sido a responsável pelas mortes.