Após o caso que chocou a comunidade na tarde de terça-feira (1), quando dois adolescentes de 14 e 15 anos suspeitos de atacar uma professora de inglês com golpes de faca na Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Zorzi, no bairro Fátima Baixo, na Zona Norte de Caxias do Sul, os adolescentes foram conduzidos imediatamente após serem aprendidos à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
Na manhã desta quarta-feira (2), o Poder Judiciário autorizou o recolhimento dos dois indivíduos para o Centro de Atendimento Socioeducativo Regional (Case) da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) de Caxias do Sul, por 90 dias, onde devem aguardar internados o transcurso do inquérito policial. A informação foi confirmada pelo delegado regional de Caxias do Sul, Augusto Cavalheiro Neto, à Rádio Caxias.
O delegado descreveu as mobilizações dos órgãos de segurança na apreensão dos indivíduos, que foram localizados por uma guarnição do 12º Batalhão da Brigada Militar. Conforme ele, com a apreensão preventiva dos menores decretada, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul, que está à frente do caso, realiza a escuta de outras testemunhas e a coleta de diversos elementos de prova necessários para esclarecer as circunstâncias do crime e, principalmente, a motivação, que ainda segue sendo o principal ponto de dúvida por parte dos investigadores. Inicialmente, há a possibilidade de que o crime tenha sido premeditado porém, somente o inquérito deverá apontar isso.
Neto salienta que, além disso, também está sendo investigado se o caso se limita apreensão desses dois indivíduos ou se há outros adolescentes envolvidos, que possam ser responsabilizados criminalmente por atos ilícitos. O inquérito tem um prazo de aproximadamente 30 dias e, dentro desse período, deve ser encaminhado para análise do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Conforme ainda apura a investigação, uma outra adolescente de 13 anos teria colaborado com o ato dos dois indivíduos. O delegado explicou que, em relação a essa jovem, ela foi ouvida em condição de testemunha preliminar, pois não há certeza concreta sobre a participação no crime. Porém, apesar de ser colocada em liberdade, ela segue sendo investigada.
Frente às câmeras do local, o delegado aponta que, após uma análise preliminar das imagens, foi constatado que as câmeras estavam em funcionamento, mas foram danificadas pelos próprios autores momentos antes do ataque. O delegado informou que o diretor da escola já foi ouvido, enquanto o depoimento da professora deverá ocorrer após a melhora nas condições de saúde.