Diante de todas as articulações em torno dos próximos presidentes da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, outras questões envolvem o cenário político local. Internamente, algumas movimentações desagradaram parlamentares que entendem que a rotação da presidência deveria ocorrer de forma diferente. Esse descontentamento foi externado, principalmente, pela atual presidente da Câmara, vereadora Marisol Santos (PSDB), e compartilhado pela vereadora Daiane Mello (PL).
Nas redes sociais, a tucana demonstrou indignação com o fato de que nenhuma das sete mulheres eleitas, que formarão a maior bancada feminina da história, está representada na rotação da presidência do Legislativo. A publicação também indicava que tanto ela (Marisol) quanto a vereadora Daiane Mello manifestaram interesse em ocupar a presidência da Casa do Povo.
Segundo a postagem, “os articuladores” do acordo incentivaram as vereadoras a abrirem espaço para outros partidos. Pelo acordo original vigente na Câmara, seria priorizada a representatividade das maiores bancadas e dos partidos com maior número de votos. Nesse contexto, os partidos PSDB e PL, por terem representantes mais votados, deveriam assumir a presidência do Legislativo.
De acordo com Marisol Santos, a atual legislatura priorizou a representatividade e o respeito ao voto popular. Foi acordado que as maiores bancadas teriam direito à presidência, mesmo que essa prática não esteja prevista no regimento interno. No entanto, recentes articulações ignoraram esse princípio, excluindo partidos mais votados e mulheres indicadas para a presidência. A vereadora lamenta a falta de valorização das lideranças femininas e o desrespeito à representatividade.
A vereadora Daiane Mello (PL) destaca que foi indicada pelos vereadores do PL como representante do partido para a presidência. Contudo, ela relata que, ao longo do processo, o PT mudou de lado nas negociações, o que resultou na exclusão tanto dela quanto da vereadora Marisol, favorecendo outros vereadores. Daiane critica a quebra do acordo e destaca que a bancada do PL representa 36 mil votos em Caxias do Sul, os quais foram desconsiderados.
Com as articulações em andamento, algumas possibilidades já vieram a público. Pelo desenho apresentado, em 2025, a presidência será ocupada pelo vereador Lucas Caregnato (PT). No segundo ano, em 2026, o vereador Wagner Petrini (PSB) deve assumir o comando do Legislativo. Em 2027, a previsão é que o vereador Edson da Rosa (Republicanos) seja o presidente, e, em 2028, o vereador Adriano Bressan (PP), que atualmente ocupa a Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU), deve retornar para assumir a presidência.
Apesar dessas possibilidades, a definição oficial ocorrerá no dia 1º de janeiro, após a posse do Legislativo e do Executivo. Na ocasião, os vereadores discutirão e definirão a composição da Mesa Diretora de 2025, que será formada por um presidente, vice-presidente, 2º vice-presidente, secretário, 2º secretário e os integrantes das comissões permanentes da Casa.