O sistema carcerário nacional e gaúcho enfrenta diversos problemas, todo mundo sabe, em especial, quanto à infraestrutura. Contudo, o que surpreende é a informação dada com exclusividade a Rádio Caxias, nesta quarta-feira (13), pelo atual vice-presidente e presidente eleito do Sindicato da Polícia Penal do RS, Claudio Desbessel.
O sindicalista revelou que o sistema penitenciário do Estado enfrenta uma defasagem de servidores. Uma vez que conta com apenas 40% do efetivo necessário para suprir a demanda da massa carcerária de cerca de 42 mil apenados.
Conforme Claudio, o Rio Grande do Sul tem, atualmente, 5.000 mil agentes penitenciários, 500 técnicos superiores e outros 500 agentes administrativos. Um efetivo total de 6,2 mil policiais penais, enquanto que o necessário seria pelo menos 10 mil servidores. Situação que gera uma sobrecarga de trabalho e traz inúmeros problemas, inclusive, para a saúde mental dos trabalhadores. Fato que tem levado até a ocorrência de suicídios.
Ainda segundo Cláudio, o Governo do Estado ainda teria publicado uma diretriz indicando a retirada da guarda externa dos presídios. O serviço era realizado pela Brigada Militar e vai passar para a atribuição dos agentes penitenciárias. Ele estima que a lacuna deixada pela decisão seria de, pelo menos, mil agentes. Em contrapartida, o Estado tem um banco de 2.500 concursados para serem nomeados.
Claudio também ponderou que o Estado não oferece nenhuma forma de reciclagem aos servidores. Outra questão abordada é sobre a falta de reposição salarial, segundo ele, há 10 anos. O salário inicial bruto do agente penitenciário está em torno de R$ 5,8 mil.