Perto de completar um ano desde a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, a Prefeitura de Caxias do Sul apresentou, nesta segunda-feira (28), um balanço das ações realizadas após a chuva que atingiu a cidade serrana. Em coletiva de imprensa no Salão Nobre do Centro Administrativo, o prefeito Adiló Didomenico e parte do secretariado destacaram que as obras somam mais de R$ 20 milhões e já atingem 93% dos pontos afetados pela calamidade. Na ocasião, também foi lançado um painel interativo para dar transparência às intervenções.
Didomenico ressaltou a desobstrução de mais de 300 pontos de estradas bloqueadas e a limpeza de redes de drenagem em 200 locais, com apoio de empresas privadas, que cederam cerca de 60 máquinas e caminhões. Entre as principais obras executadas estão, a reconstrução da ponte de Santa Lúcia do Piaí, que liga Caravaggio da 6ª Légua a Santa Lúcia do Piaí e está em fase final; a limpeza do Arroio Pinhal; a construção de gabiões em Galópolis; e a recuperação da Ponte da Cooperação, concluída em 35 dias após o abandono da obra pelo Exército.
O prefeito também destacou intervenções em andamento, como os pontilhões na Rua João Mincato, em Galópolis, uma das regiões mais atingidas, junto com Vila Cristina. Além disso, o estudo técnico contratado para implantar ações preventivas em Galópolis deve ter os primeiros relatórios entregues nas próximas semanas. Ainda há 13 pontilhões a serem recuperados no interior, em comunidades como São Giácomo, Fazenda Souza, Desvio Rizzo e Vila Cristina.
Adiló detalhou os recursos recebidos, de maneira que considera que o apoio dos governos Federal e Estadual foi limitado. As fontes de recursos incluem verbas federais, estaduais, emendas parlamentares, a Embaixada da Eslováquia, Cooperativa de Agricultores e Agroindústrias Familiares de Caxias do Sul (CAAF), Fundação de Assistência Social (FAS) e Secretaria da Habitação. O prefeito enfatizou que obras estruturais de drenagem, como piscinões e galerias, estão em desenvolvimento para prevenir novos alagamentos.
O secretário de Obras, Lucas Suzin, reforçou que áreas como o trecho entre Vila Cristina e Santa Lúcia do Piaí devem ser prioridade. Dos R$ 30 milhões solicitados à União, apenas R$ 4,5 milhões foram liberados. Segundo o cronograma, o lançamento das obras deve ocorrer até julho. Com projetos recusados ou sem resposta, o município conta atualmente apenas com os R$ 4,5 milhões do Governo Federal, sendo que o restante precisará ser financiado com recursos próprios.
Durante a coletiva, foi apresentada uma nova plataforma desenvolvida pelo Departamento de Manejo de Águas Pluviais (DMAP), com suporte técnico da Diretoria de Informações Geoespaciais (DIGEO). A ferramenta digital tem como objetivo dar transparência às obras em andamento na cidade.
O prefeito também relembrou medidas de prevenção contra novos desastres, como o pacote de R$ 80 milhões em obras preventivas com recursos do Samae; mais de R$ 40 milhões para a construção de seis piscinões, com financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e verbas a fundo perdido via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal; e R$ 58 milhões para a galeria da Matteo Gianella, também com recursos a fundo perdido da União, além de cerca de R$ 10 milhões de verbas municipais para as demais obras que estão em andamento.
Entre os anúncios feitos, dentro de 15 dias, deve ser iniciado o processo de licitação para a construção dos terminais de embarque e desembarque, e do grupamento do Corpo de Bombeiros no Aeroporto Hugo Cantergiani. O voo de inspeção do sistema de aproximação de aeronaves (PAPI) também deve ser realizado pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira, no dia 8 de maio.