A colheita, o armazenamento e a comercialização do pinhão, semente símbolo do Rio Grande do Sul, começaram oficialmente em 1º de abril. De acordo com estimativas da Emater/RS, a safra de 2025 deve alcançar cerca de 860 toneladas em todo o estado. A Serra Gaúcha, especialmente as regiões das Hortênsias e dos Campos de Cima da Serra, deve concentrar a maior parte dessa produção.
A previsão é de que alguns municípios mantenham os índices registrados em anos anteriores, enquanto outros podem ter um crescimento entre 10% e 20%. A engenheira florestal da Emater Regional de Caxias do Sul, Adelaide Kegler Ramos, destaca que a produção e a qualidade do pinhão variam entre os municípios, sendo influenciadas diretamente por fatores climáticos, como períodos de seca ou de chuvas intensas. Na Serra Gaúcha, a expectativa é de uma colheita de aproximadamente 600 toneladas. Em relação ao preço, a tendência é de estabilidade, se mantendo nos mesmos patamares do ano passado.
Em algumas localidades, a produção pode apresentar variações significativas. A agroecologista Andrea Basso, de Forqueta, relata que a região tem registrado uma redução expressiva na quantidade de pinhas, além de uma produção bastante irregular. Para ela, esse cenário revela um processo de polinização desuniforme.
Andrea reforça a importância da polinização adequada para a formação dos pinhões e faz um alerta sobre os impactos do desmatamento da araucária, espécie nativa e em risco de extinção. Segundo a agroecologista, é comum encontrar em uma mesma pinha sementes verdes e maduras ao mesmo tempo, além da diminuição dos pinhões precoces e tardios. Ela também observa uma perda gradual da diversidade genética das sementes.
A legislação determina que apenas pinhões maduros, em estágio descendente e com coloração verde-amarelada ou marrom característica, podem ser colhidos. Além disso, é proibido o corte da araucária, árvore nativa que produz pinhas entre os meses de abril e junho.