O meteorologista, Leonardo Pulchalski, salienta que eventos extremos, como o vivido pelo Rio Grande do Sul, desde a semana passada, é provocado, normalmente, por uma séria de fatores. Contudo, neste caso, a causa preponderante foi o que a meteorologia nomeia como chuva orográfica, e tem relação com o relevo da região.
Conforme o especialista da MetSul Meteorologia, um bom exemplo disso são os estragos causados no Vale do Taquari, cujo relevo e a localização das cidades mais atingidas estão, justamente, na área de transbordo do Rio Taquari, que ainda é afluente do rio Jacuí.
Além disso, o meteorologista explica que uma massa de ar, muito quente, cobre parte do Paraná e outra do sudeste e centro-oeste brasileiro. Segundo Leandro, esse ar mais seco e quente gera bloqueio atmosférico e impede as nuvens deixem o Rio Grande do Sul. O que provoca essa seqüência de dias extremamente chuvosos. Somada a isso, existe um fenômeno chamado de rios voadores, que são ventos na baixa atmosfera e que trazem toda a umidade da parte norte do Brasil, desde a região da Amazônia. Este ar mais úmido e quente, que passa pelo oeste do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina está canalizado bem na altura do Estado. Situação que intensifica, ainda, mais as chuvas no Rio Grande do Sul. Isso, sem contar a questão do El Nino, que mesmo chegando ao seu final, ainda segue provocando estragos na região.
A boa notícia, é que esse ar mais seco, que está mais ao norte do estado do Paraná, trará influência no tempo, na segunda (06) e na terça (07) no Estado, jogando essa umidade para o Uruguai. Condição que deve melhorar o tempo, contudo, deve voltar a chover na quarta (08) e na quinta-feira (09).