Em recente pesquisa, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), foi constatada uma melhora do cenário econômico do setor, no mês de fevereiro de 2024. Principalmente, diante da expansão nos índices de produção e emprego; e que não crescia, desde setembro de 2022.
Esse aumento se deve, em especial, a questões ligadas à sazonalidade do período, portanto, já era algo esperado, segundo o economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio. O especialista indica que houve um pequeno avanço da produção industrial, na passagem daquele mês, e que representa a quarta melhor expansão dessa cadeia industrial, nos últimos 12 meses. Outro ponto positivo, destacado pela pesquisa, é a geração de emprego no período. Contudo, segundo o economista, a situação precisa ser encarada com parcialidade, tendo em vista que essa abertura de contratações na indústria gaúcha já era esperado e estaria muito relacionado a sazonalidade de algumas safras, a exemplo do tabaco. Esse conjunto de fatores fariam um contraponto com os meses seguinte, ou seja, em que essa contratação declina no Estado.
Conforme Giovani, a pesquisa também acende alguns sinais de alerta, entre eles: a questão dos estoques que, por dois meses, registrou queda. Todavia, em fevereiro, houve um aumento neste indicador, o que é ruim para economia, pois representa custos adicionais para as empresas. Outro ponto negativo, na opinião dele, tem a ver com a capacidade instalada de produção, cujo potencial, registrado no período, ficou abaixo do esperado. No entanto, seria algo segue uma tendência de mercado, pelo menos, desde o fim de 2022. Outro fator que influenciou negativamente o setor teria sido a alta de juros, impossibilitando novos investimentos e a tomada de crédito. Além disso, como a economia gaúcha é muito voltada para o mercado externo, a guerra no continente Europeu e o conflito registrado no Oriente Médio, parceiros comerciais importantes do Rio Grande do Sul, prejudicaram a exportação de produtos.
Com relação ao futuro, o economista pondera que os empresários estariam mais otimistas, ainda que muitos destes fatores continuem a influenciar a economia gaúcha, nos próximos meses. Portanto, espera-se um aumento na demanda produtiva e, por tabela, um incremento nas contratações. Ele lembra que, em 2023, os juros altos prejudicaram o desempenho do setor, contudo, este ano, o Banco Central já começou a baixar a inflação e a tendência é que haja uma queda, ainda mais acentuada, nos próximos meses. Sem contar, que os empresários esperam por uma reforma tributária, fator que seria decisivo, a fim de pensar investimento futuros.